Dicas para professores

Blog criado com a intençao de divulgar temas interessantes para conhecimento de todos.

Friday, February 23, 2007

Algumas palavras sobre Paralisia Cerebral


A paralisia cerebral (PC), é uma alteração ou alguma perda do controle motor causada por uma lesão encefálica ocorrida no pré-natal ou durante a primeira infância, seja qual for o nível mental da criança lesada.


Segundo a autora, a PC é uma das formas de deficiência mais freqüente entre a população de idade escolar. Os alunos com PC encontram-se com sintomatologias muito diversas e de prognósticos muito variados.


A PC não é uma doença, mas sim um quadro ou um estado patológico; então a criança deve receber toda a atenção, a reabilitação física e a educação.


A criança com PC não deve considerada como uma criança doente, mas como uma pessoa com características específicas, das quais decorrem necessidades especiais que pais, amigos, professores, especialistas diversos procuram atender da melhor maneira possível.


A PC afeta o desenvolvimento da motricidade e da linguagem, o desenvolvimento cognitivo e a interação social da criança; sendo que vai depender se a PC alterará diretamente o desenvolvimento de tais habilidades, de forma que, dependendo da lesão, a criança adquirirá mais tarde e de forma autônoma ou defeituosa. O profissional especializado necessitará dar toda a atenção para os pacientes com PC.


As formas de PC podem ser classificadas pela topografia corporal e por seus efeitos funcionais. Dentro dos efeitos funcionais os quadros clínicos mais comuns são: a espasticidade, a atetose e a ataxia, e outros não tão comuns como a rigidez e os tremores. Na topografia corporal encontramos a paraplegia, a tetraplegia, a monoplegia e a hemiplegia. É importante ressaltar que uma tipologia não aparece sozinha e sim combinada com outra.


A espasticidade é uma lesão que consiste em um crescimento acentuado do tônus muscular; atetose é uma dificuldade em controlar e coordenar os movimentos voluntários; a ataxia é uma síndrome que altera o equilíbrio e os movimentos, ela nunca aparece sozinha, manifesta-se juntamente com a atetose. A rigidez é “uma acentuada hipertonia, tanto dos músculos agonistas como antagonistas, que pode chegar a impedir qualquer movimento” (BRASIL, 2004, p. 217); os tremores são movimentos breves, rápidos e que oscilam podendo ser constantes ou não.


Na topografia corporal, a paraplegia é uma doença grave que atinge as duas pernas; a tetraplegia afeta os membros superiores e inferiores; a monoplegia afeta apenas uma extremidade; e a hemiplegia afeta metade do corpo.


A PC é uma das deficiências motoras mais comuns entre as crianças em idade escolar, porém não é a única. Podemos encontrar alunos com outros transtornos como os traumatismos craniencefálicos que são lesões no encéfalo provenientes de acidentes, quedas ou agressões; a espinha bífida que é uma anomalia congênita da coluna cerebral que pode acarretar paralisia, perda na sensibilidade cutânea e problemas de circulação do líquido cefalorraquidiano; as miopatias ou distrofias musculares que consistem na progressiva degeneração dos músculos, acarretando a perda da força.

# Fatores etiológicos e idéias sobre prevenção

Os fatores etiológicos se originam de diferentes transtornos.


A poliomielite, osteomielite e a tuberculose óssea são de origem microbiana; as miopatias ou distrofias musculares são de origem genética; os traumatismos craniencefálicos são causados por acidentes e existem outros transtornos cuja causa é desconhecida.


A lesão cerebral que origina a PC pode obedecer a três grupos:


1- Causas pré-natais
1.1-Doenças infecciosas: rubéola, sarampo, sífilis, herpes etc.; ou a mãe pode contrair doenças ou intoxicação intra-uterinas e o feto não morrendo, pode haver seqüelas como: meningite, toxoplasmose e outras.


É importante que durante a gravidez a mãe se submeta a consultas periódicas, seguindo corretamente as orientações médicas; com isso se previne de atitudes erradas como a automedicação.


1.2- As anoxias: que são distúrbios da oxigenação fetal que causam dano ao cérebro, por ocasião de insuficiência cardíaca, anemia, hipertensão, etc. que a mãe pode apresentar.


1.3- Doenças metabólicas congênitas como: galactosemia que é um defeito no metabolismo dos hidratos de carbono; a fenilcetonúria que é um defeito no mecanismo dos aminoácidos; etc. Tem efeitos que se manifestam depois do nascimento, quando a criança começa a ingerir determinados alimentos que não podem metabolizar, trás por conseqüência um acumulo de substancia tóxicas que causam lesão ao cérebro.


A detecção precoce pode prevenir as conseqüências da doença, prescrevendo a criança a um regime alimentar adequado.


1.4- Incompatibilidade de Rh: produz-se em crianças Rh positivo, nascidas de mães Rh negativas previamente sensibilizadas, isso que dizer que: a sensibilização pode ocorrer quando a mãe teve antes outro filho ou aborto Rh positivo ou contato com sangue Rh positivo, Os anticorpos da mãe sensibilizados provocam a destruição dos glóbulos vermelhos da criança, ocasionando um excesso de bilirrubina que causa danos as células cerebrais.


Esse transtorno pode ser prevenido injetando na mãe anticorpos de mulheres previamente sensibilizadas depois de cada gravidez Rh positivo,o que impede a formação de anticorpos na gravidez seguinte; pode-se evitar danos cerebrais mediante uma transfusão de sangue do feto ou do bebê.


2- Causas perinatais


2.1- Anoxia e asfixia: ocorre por obstrução do cordão umbilical, ou pela anestesia, seja por exceder uma determinada quantidade ou por um parto prolongado, ou outros fatores.


2.2- Traumatismos: ocorridos durante o parto devido utilização de fórceps; etc.


2.3- Mudanças bruscas de pressão: por exemplo, uma cesárea.


Em alguns casos, a prematuridade ou a hipermaturação também pode trazer complicações que resulte em dano cerebral.


3- Causas pós-natais: ocorrem durante a maturação do sistema nervoso, aproximadamente durante os três primeiros anos de vida. As que se destacam são: meningite ou encefalite, os traumatismos na cabeça por acidentes graves-acidentes anestésicos, desidratações, transtornos vasculares e outros.


A prevenção se dá pelo conhecimento dos fatores etiológicos da PC que permite uma serie de medidas preventivas. Tem a prevenção primaria, voltada a diminuição da incidência do transtorno combatendo as causas que o produzem; tem a prevenção secundaria, com o objetivo de reduzir os efeitos do transtorno quando já se manifestou, reduzindo a gravidade de sua evolução- nesta prevenção esta inserida atividades médicas, educativas e familiar; tem a prevenção terciária que envolve todas as atividades de intervenção e de capacitação ao longo da vida, otimizando a relação social e a qualidade de vida.


No que se refere às crianças com paralisia cerebral há uma serie de alterações no curso de seu desenvolvimento psicológicos, causadas de forma direta ou indireta pelos transtornos neuro-motor característico desse tipo de paralisia.


Neste tipo de transtorno cerebral, dependendo do grau da lesão a criança pode perder as habilidades motoras e em geral tem dificuldade de realizar corretamente determinados movimentos como: andar, manipular objetos, falar, escrever etc.


Além disso, o individuo que apresenta paralisia cerebral, as suas disfunções motoras afetam todos os aspectos de sua vida, limitando suas experiências, suas possibilidades de aprender como outro e vice-versa, ou seja, a criança com PC, geralmente tem dificuldade no desenvolvimento da linguagem, da motricidade e do desenvolvimento cognitivo a qual esclareceremos abaixo.


Quanto ao déficit no desenvolvimento da linguagem a pessoa paralítica segundo Tardieu, apresenta problemas na fala e na escrita, necessitando de uma reeducação ortofônica, visto que as lesões cerebrais produzem quase sempre alterações do aspecto motor expressivo da linguagem, determinadas por uma perturbação do controle dos órgãos motores bucofonadores, que pode afetar a execução ou a própria organização do órgão motor.


Na verdade, são transtornos da linguagem causados pelas estruturas fisiológicas da boca e do aparelho fonador, podendo afetar outras funções como a mastigação, o controle da saliva, deglutição.


Quanto ao desenvolvimento da motricidade, na criança com problemas diretamente derivados da lesão cerebral ocorrem transtornos no desenvolvimento motor a exemplo do controle postural, problemas na coordenação motora fina e grossa.


Do acordo com o texto de autoria de Carmen Basil, a lesão cerebral afeta o desenvolvimento psicomotor em dois sentidos: O primeiro a interferência na maturação do cérebro causando um atraso motor e o segundo sentido é de que a presença de esquemas anormais de atitude e de movimento produz alterações nesse desenvolvimento.


No desenvolvimento cognitivo da criança que tem paralisia cerebral, há uma certa dificuldade na aprendizagem escolar, visto que este transtorno pode afetar o seu estado psicológico, de auto-eficiência e conseqüentemente afetando a sua motivação e auto estima da pessoa, já que depende bastante dos outros para se locomover.


´´Em geral, os transtornos múltiplos que incluam afecção motora, um certo grau de atraso mental e algum tipo de déficit sensorial podem interferir drasticamente no desenvolvimento cognitivo da criança´´ ( 2004, p. 222).


Os problemas sensórios motor das crianças com PC, pode interferir no desenvolvimento cognitivo, pois como já foi relatado, elas tem dificuldade de manipular, controlar e explorar o ambiente físico e isso pode construir uma série de impedimentos para o desenvolvimento da inteligência sensório motor.


Outra hipótese é de que a pessoa com paralisia cerebral como tem problemas de linguagem, o que pode acarretar em um déficit no desenvolvimento cognitivo, pois a linguagem segundo a autora Carmen Basil além de ser uma forma de comunicação é uma capacidade instrumental de maior importância para a aquisição do conhecimento e, portanto qualquer limitação ou alterações das habilidades lingüísticas pode causar problemas no desenvolvimento da inteligência.


O trabalho em equipe é o ponto chave para que a educação do portador de PC avance com sucesso, englobando a participação de vários profissionais, dentre eles o fisioterapeuta e o logopedista. A logopedia é um conjunto de técnicas capazes de proporcionar ao portador de PC um maior desenvolvimento de suas habilidades com o corpo e com a fala.


Alguns alunos com PC encontram-se integrados em escolas regulares ou em escolas de educação especial, nem sempre específica para alunos com transtornos motores. Sendo a escola regular preparada para receber o aluno com PC, as vantagens são enormes, caso não sejam preparadas o melhor é que estes alunos sejam integrados em uma boa escola especializada.


O máximo desenvolvimento das capacidades motoras não deve ser esquecido no enfoque educacional do aluno com PC, para que este venha a ter uma vida mais saudável e feliz, com suas adaptações. A busca por esse desenvolvimento não deve ficar limitada a parte clínica, o que acabaria por sobrecarregar o aluno com várias atividades.


A criança que tem PC apresenta sérias deficiências para explorar, manipular e controlar o mundo físico, ou seja, obter efeitos sobre o ambiente com a intervenção de outras pessoas, transmitir, trocar informações e afetos.


A dificuldade de controle sobre objetos, os fatos e as pessoas do ambiente que afetam a criança com PC, podem apresentar uma aprendizagem ativa de falta de sincronia entre suas respostas e as conseqüências sobre o ambiente.

Saiba um pouco mais sobre Surdez




A História da Educação de Surdos

No século XVII surge a língua de sinais e a sua utilização no processo de ensino. O abade L'Epée foi um dos grandes responsáveis por esse avanço. Ele reuniu surdos dos arredores de Paris e criou a primeira escola pública para surdos e também a precursora no uso da língua de sinais.
Por ter resultado positivo, essa metodologia inaugurada na França se espalhou por toda a Europa e depois pelo mundo. Entretanto, o desenvolvimento durou pouco. Essa modalidade de ensino foi abafada pela força da Medicina e da Filosofia, que não acreditavam na capacidade da pessoa surda.
A partir do Congresso de Milão em 1880 adotou-se o oralismo, método que considera a voz como o único meio de comunicação e de educação para os surdos. Desde então, foram excluídas todas as possibilidades de uso das línguas de sinais na educação dos surdos. Atualmente, os surdos educados por esse método falam dos horrores e das perseguições que sofreram ao usarem a língua de sinais. Em 1960, com o fracasso do oralismo criou-se a metodologia da comunicação total, que durou muito pouco por ter sua concepção bem parecida com a primeira. Hoje o método de educação mais utilizado é o bilingüismo.

Educação de Surdos

Bilingüismo

A abordagem educacional com Bilingüismo para surdos é aquela que acima de tudo estabelece que o trabalho escolar deve ser feito em duas línguas, com privilégios diferentes: a Língua de Sinais como primeira língua (LI) e a língua da comunidade ouvinte local como segunda língua (L2).

Comunicação Total


Nesta visão, é enfatizada a comunicação como necessidade premente a ser satisfeita, a ser satisfeita, subentendendo-se uma defesa da utilização de todos os recursos disponíveis para estabelecer um contato efetivo com a pessoa surda que, por seu impedimento sensorial, tem dificuldades comunicativas, daí, mais especificamente, a designação "Comunicação Total".

Oralismo

A abordagem educacional oralista é aquela que visa a capacitar a pessoa surda a utilizar a língua da comunidade ouvinte na modalidade oral como única possibilidade lingüística, de modo a que seja possível o uso da voz e da leitura labial tanto nas relações sociais como em todo o processo educacional.


Sobre a Surdez

A surdez é um defeito invisível. Costuma-se não perceber a importância da audição em nossas vidas, a não ser quando começa a faltar a nós próprios. A audição é o sentido que mais nos coloca dentro do mundo e a comunicação humana é um bem de valor inestimável.
De acordo com o Decreto nº3.298 de 20 de dezembro de 1999Art.4º é considerada pessoa portadora de deficiência aquela que enquadrar nas seguinte categorias:

A) DE 25 A 40 DEBICAIS (D.B) – SURDEZ LEVE;
B) DE 41 A 55 (D.B) - SURDEZ MODERADA;
C) DE 56 A 70 (D.B) - SURDEZ ACENTUADA;
D) DE 71 A 90 (D.B) - SURDEZ SEVERA;
E) DE ACIMA DE 91 (D.B) - SURDEZ PROFUNDA;
F) ACANHAIS (PROFUNDA)

Nosso ouvido é dividido em 3 partes: externo, médio e interno.
Ouvido externo: É formado pelo pavilhão auricular e canal auditivo com a membrana timpânica no fundo do canal.

Ouvido médio: Estão os 3 ossículos (martelo, bigorna, estribo) e a abertura da tuba auditiva.

Ouvido interno: Também chamado de labirinto, é formado pelo aparelho vestibular (equilíbrio) e cóclea (audição).
A diminuição da audição (surdez) produz uma redução na percepção de sons e dificulta a compreensão das palavras. A dificuldade aumenta com o grau de surdez, que pode ser leve, moderada, severa e profunda.


Graus de surdez: O que se sente?

Nos casos de perda auditiva de grau leve as pessoas podem não se dar conta que ouvem menos; somente um teste de audição (audiometria) vai revelar a deficiência. Quando a perda auditiva passa a ser moderada para severa, os sons podem ficar distorcidos e na conversação as palavras se tornam abafadas e mais difíceis para entender, particularmente quando têm várias pessoas conversando em locais com ruído ambiental ou salas onde existe eco. O som da campainha e do telefone tornam-se difíceis para serem ouvidos; o deficiente auditivo pede a todo momento que falem mais alto ou que repitam as palavras.

Recém-nascidos com surdez severa e profunda não se assustam com sons altos. Crianças com problemas de audição, sem a devida assistência, têm dificuldades no desenvolvimento da linguagem. Se chegam à idade escolar sem que a surdez tenha sido diagnosticada, o aprendizado será difícil, simplesmente porque essas crianças ouvem mal o que está sendo ensinado.

Em alguns casos de surdez existem sintomas adicionais, como por exemplo, zumbido e vertigem na doença de Menière. Na infecção do ouvido médio a surdez vem acompanhada de dor e febre.

Tipos de surdez

A perda auditiva pode ser de condução quando existe um bloqueio no mecanismo de transmissão do som, desde o canal auditivo externo até o limite com o ouvido interno. Algumas causas importantes de surdez de condução:

  • Obstrução por acúmulo de cera ou por objetos introduzidos no canal do ouvido;


  • Perfuração ou outro dano causado no tímpano;


  • Infecção no ouvido médio;


  • Infecção, lesão ou fixação dos pequenos ossinhos (ossículos) dentro do ouvido médio.

A surdez de percepção ou neurossensorial (lesão de células sensoriais e nervosas) é aquela provocada por problema no mecanismo de percepção do som desde o ouvido interno (cóclea) até o cérebro. Algumas causas importantes de surdez de percepção ou neurossensorial:

Ruído intenso é causa freqüente de surdez. Intensidades de som acima de 75 decibéis podem causar perdas auditivas induzidas pelo ruído (PAIR). As lesões no ouvido interno podem ocorrer após uma exposição simples ao ruído ou após exposições prolongadas de meses ou anos. Exemplos de ruídos mais comuns causadores de perdas auditivas: máquinas industriais, armas de fogo, motocicletas, máquinas de cortar grama, música em volume alto, estouro de foguetes.
Infecções bacterianas e virais, especialmente rubéola, caxumba e meningite, podem causar surdez de percepção.

Certos medicamentos, especialmente alguns antibióticos, podem lesar as estruturas neurossensoriais causando surdez.

Infecção, lesão ou fixação dos pequenos ossinhos (ossículos) dentro do ouvido médio.
Idade - A perda auditiva gradual devido ao fator idade, denominada presbiacusia, é uma ocorrência quase habitual nos idosos. A deficiência auditiva abrange cerca de 30 por cento nas pessoas acima de 65 anos e 50 por cento acima de 75. A presbiacusia é a causa mais comum de surdez e provavelmente resulta de uma combinação de vulnerabilidade genética, doenças e/ou distúrbios metabólicos (diabete, por exemplo) e exposição a ruídos. É um processo degenerativo de células sensoriais do ouvido interno e fibras nervosas que conectam com o cérebro;

Surdez congênita - Quando uma criança nasce surda a causa pode ser hereditária (genética) ou embrionária (intrauterina). Entre as causas intrauterinas mais freqüentes estão a rubéola, sífilis, toxoplasmose, herpes, alguns tipos de vírus e certos medicamentos usados na gestante;

Variações de pressão no líquido do ouvido interno - podem ocasionar perda gradativa da audição, esta alteração é chamada doença de Menière e vem acompanhada, em sua forma clássica, de vertigem e zumbido;

Tumores benignos e malignos - atingem o ouvido interno ou a área entre o ouvido interno e o cérebro podem causar surdez, como por exemplo, o neurinoma, colesteatoma, hemangioma, glomus, carcinoma.

A surdez é mista quando existe problema em ambos os mecanismos.

Como se previne?

No caso de exposição a ruídos intensos a prevenção da surdez se faz com a proteção coletiva (intervenção sobre a fonte emissora) ou proteção individual (abafadores colocados no ouvido).

A prevenção da surdez hereditária é feita através do aconselhamento genético dos pais. Cuidado médico pré-natal na gestante previne possível surdez na criança que vai nascer. Doenças como a rubéola, sífilis e toxoplasmose na gestante são exemplos de doenças que podem causar surdez e outras anomalias. Toda mulher, especialmente dos 15 aos 35 anos, deve vacinar-se contra a rubéola. A vacinação é simples e altamente eficaz. Cuidado deve haver também com remédios tóxicos ao ouvido da criança e que são administrados na gestante.

Após o nascimento a audição da criança pode ficar comprometida por certas doenças infecciosas como meningite, caxumba ou sarampo, contra as quais existe vacinação eficaz. Cuidado com alguns remédios, especialmente certos antibióticos que podem ser ototóxicos.

Com os progressos da ciência e tecnologia o diagnóstico de surdez numa criança pode ser feito desde o nascimento. Se há suspeita, a consulta médica deve ser imediata.

O tratamento na criança surda deve ser iniciado cedo, já nos primeiros meses. Quanto antes for iniciado o trabalho de habilitação na criança surda, pelos profissionais e pelos pais, maior será o aproveitamento na aquisição da linguagem.

Referências Bibliográficas

Surdez – ABC da saúde. Disponível em: www.abcdasaude.com.br/artigo. Acesso: 15/08/2006.
Surdez – Problema que merece uma atenção especial. Disponível em:
www.boasaude.uol.com.br/lib. Acesso: 15/08/2006.
Educação de Surdos. A história da Educação de Surdos e Filosofias Educacionais. Disponível em:
www.feneis.com.br/educacao/historia_educacao.shtml. Acesso: 15/08/2006.

Multiculturalismo: a diversidade no currículo




Estima-se que a origem do termo multiculturalismo surgiu em meados da década de 70.

Multiculturalismo pode ser conceituado como um conjunto de respostas à pluralidade cultural e ao desafio a injustiças e desigualdades a ela relacionadas. Também pose ser entendido como um movimento teórico e político que busca repostas para os desafios da pluralidade cultural nos campos do saber.

No mundo contemporâneo, é bastante visível o destaque dado à diversidade das formas culturais. Porém, essa diversidade convivendo com “fenômenos igualmente surpreendentes de homogeneização cultural”(SILVA, 1999: 85), torna-se um fato paradoxal.

Dentro deste contexto, devemos analisar as ligações entre currículo e multiculturalismo.

O multiculturalismo assim como a cultura contemporânea é ambíguo, pois de um lado o multiculturalismo é um movimento reivindicatório dos grupos culturais dominados para terem o reconhecimento de suas formas culturais dentro da cultura nacional. Por outro lado, o multiculturalismo também pode ser visto como uma “solução para os ‘problemas’ que a presença de grupos raciais e éticos coloca, no interior daqueles países, para a cultura nacional dominante”(1999:85).

De qualquer forma, o multiculturalismo não pode ser analisado longe das relações de poder, pois estas fizeram com que as diferentes culturas raciais, éticas e nacionais vivessem no mesmo espaço.

Por meio desta ambigüidade o multiculturalismo se torna uma importante “arma” de luta política. O multiculturalismo traz para a política um entendimento da diversidade antes restrito à Antropologia.

A Antropologia contribuiu com a idéia de que entre as culturas não deve haver uma hierarquia. “Não é possível estabelecer nenhum critério transcendente pelo qual uma determinada cultura possa ser julgada superior a outra”(1999: 86)

A compreensão de cultura a partir da Antropologia fundamenta o multiculturalismo. A diferença entre as culturas seria somente uma “manifestação
superficial de características humanas mais profundas”(1999:86). Os grupos culturais seriam igualados a partir da humanidade comum entre eles.

A partir desta perspectiva o multiculturalismo pode ser chamado de “liberal” ou “humanista”. É nesta humanidade que o multiculturalismo busca “o respeito, a tolerância e a convivência pacífica entre as culturas”(1999:86).

“Quais as implicações curriculares dessas diferentes visões de multiculturalismo?”(1999:88)
Dentro da perspectiva liberal ou humanista o currículo é baseado a partir das “idéias de tolerância, respeito e convivência pacífica entre as culturas”(1999:88).

Assim, as escolas devem buscar práticas curriculares onde o multiculturalismo esteja inserido, fazendo uso de dinâmicas que sensibilizem as identidades, pois a compreensão da identidade como algo que é construído, provisório e inacabo, propicia uma maior sensibilização quanto ao caráter multicultural das sociedades.

Porém, em alguns lugares, como nos Estados Unidos, por exemplo, o multiculturalismo tem sido atacado por grupos conservadores e tradicionais. Para esses grupos o multiculturalismo “representa um ataque aos valores da nacionalidade, da família, da família, da herança cultural comum”(1999:89).

A partir do momento que o multiculturalismo enfatiza a manifestação de múltiplas identidades e tradições culturais, acabaria por fragmentar uma cultura única e comum, com implicações políticas regressivas.

Outra crítica que o multiculturalismo vem sofrendo seria pelo seu “suposto relativismo”. Segundo esta crítica alguns valores e instituições existentes são universais e que vão além das características culturais e específicas de cada grupo.

Para a perspectiva multiculturalista crítica, “não existe nenhuma posição transcendental, privilegiada, a partir da qual se possam definir certos valores ou instituições como universais.”(1999:90).

Porém, não existirá, segundo Robert Connell uma “justiça curricular”, se o currículo não for modificado “para refletir as formas pelas quais a diferença é produzida por relações sociais de assimetria”(1999:90)

Finalmente, como educadores devemos conhecer os universos culturais dos alunos, fazendo com que o ensino seja ajustado a realidade social e cultural de cada um. Não devemos ignorar as identidades, devemos sim saber lidar com o plural, o diverso, o múltiplo; respeitando a diferença e a pluralidade cultural das pessoas que nos cercam.




Referência Bibliográfica
SILVA, T. Tadeu da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.

A infância e o trabalho: brincando de ser adulto.


A infância de acordo com os filósofos humanistas e racionalistas é vista com o preconceito de que ela é a imaturidade da razão. Esses pensadores mantinham a mesma concepção de infância, a de que a infância consiste na incapacidade de “julgar e bem discernir as coisas”. Humanistas e racionalistas, porém, concordam em dois pontos: que a infância é um momento ímpar onde são formados hábitos e as noções morais; concordam, também, que ao longo da infância é que os conhecimentos são assentados no intelecto. Se assim é, o trabalho durante a infância poderá prejudicar sua formação.


O trabalho infantil sempre foi muito utilizado. Na época da escravidão, equivocadamente, considerava-se que as crianças escravas, recrutadas ao trabalho desde cedo, aos 12 anos estavam devidamente preparadas para a lida. Com a abolição, meninos eram levados por fazendeiros para áreas rurais ou por artesãos para trabalhar em suas oficinas. As meninas eram destinadas aos afazeres domésticos, muitas vezes, sem qualquer remuneração.


O trabalho infantil sempre foi considerado como algo natural e as crianças, principalmente, as oriundas das classes menos abastadas, deveriam ajudar nos afazeres domésticos. Em conformidade com a concepção da época havia a expectativa da ajuda econômica por parte dos filhos e essa mentalidade perpetuou-se até os dias de hoje.


Muito embora a Constituição Federal Brasileira e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), proíbam o trabalho infantil no Brasil, 2,9 milhões de crianças e adolescentes trabalham (Ministério do Trabalho, 2005). No mundo existem em torno de 250 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 14 anos que trabalham, segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT).


Hoje, milhões de crianças brasileiras não têm a esperança de um futuro, nem traduzem a alegria do fato de serem crianças, porque são desrespeitadas como pessoas e despojadas de seus direitos por aqueles que deveriam garantir a sua segurança e o seu desenvolvimento sadio.


O Unicef (1997) estabelece que o trabalho infantil adquire características de exploração quando envolve: atividade em período integral, quando a criança ainda é muito jovem; muitas horas de atividade; atividade que provoque excessivo estresse físico, emocional ou psicológico; atividade e vida nas ruas em más condições; remuneração inadequada; responsabilidade excessiva; atividade que impeça o acesso à educação; atividade que comprometa a dignidade e a auto-estima da criança, como escravidão ou trabalho servil e exploração sexual; atividade prejudicial ao pleno desenvolvimento psicológico. (Silva, 2005)


Criança que trabalha sofre a violência de ver negados seus direitos e garantias e convivem com a conivência de grande parte da sociedade que entende o seu trabalho como inevitável e até desejável, em face da necessidade de suas famílias e da realidade de ficarem nas ruas desprotegidas. Essa situação caminha em descompasso com a proteção integral que lhe é devida, conforme à implementação dos direitos e garantias da criança, a quem é devida essa proteção, onde a mesma implica a permanência na escola e a profissionalização, para que esta tenha condições futuras no mercado da trabalho.


O trabalho precoce impede esse processo de desenvolvimento e preparação afastando a criança da escola, no mínimo, dificultando o seu aprendizado e prejudicando o seu desenvolvimento pleno como pessoa e cidadã, muitas vezes de forma irreversível, pelas repercussões negativas na saúde e desenvolvimento físico, moral e psíquico.


A partir das contribuições deixadas pelos filósofos humanistas e racionalistas, acredita-se com veemência “[...] que a educação da infância é uma questão fundamental para a emancipação do conhecimento” (Guido, 2002, p. 210), daí a grande importância da escola principalmente durante a infância.


Segundo Adorno (1995, p. 147) o processo de conscientização juntamente ao “processo de promoção da espontaneidade” deve ser desenvolvido desde a primeira educação infantil; desde a primeira infância, o que reforça a importância da educação.


A vivência plena da infância possibilita ao ser humano um desenvolvimento sem restrições, danos ou perdas, pois segundo Kohan “[...] sem infância não há história humana, nem experiência, nem linguagem, nem humanidade. Com infância a história humana, a linguagem e a humanidade tornam-se possíveis”. (2002, p. 235)

[...] a infância é devir; sem pacto, sem falta, sem fim, sem captura; ela é desequilíbrio; busca; novos territórios; nomadismo; encontro; multiplicidade em processo, diferença, experiência. Diferença não numérica; diferença em si mesma; diferença livre de pressupostos. Vida experimentada; expressão de vida; vida em movimento; vida em experiência (Kohan, 2003, p. 5)

Como educadores devemos nos despir de vez da visão de que a infância é a idade prematura; uma fase da vida do ser humano que se abandona quando se chega na vida adulta. Essa visão torna-se uma barreira para o desenvolvimento intelectual do homem. Se vermos na infância apenas ingenuidade nos atos práticos, esse homem acabará por perder a magia da descoberta.


A realidade da criança que trabalha exige uma reflexão de todos, uma vez que a criança é prioridade absoluta e tem direito a exigir de nós proteção integral, por ser uma pessoa em desenvolvimento, o que se traduz no direito à vida, à saúde, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar. Temos o dever de colocá-la a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração e violência. Tal ação é obrigação não só dos educadores, mas da família, do Estado, da sociedade como um todo; volto a repetir obrigação de todos nós.




Referências Bibliográficas
BRASIL. UNICEF. Estatuto da criança e do adolescente. Dispõe sobre o estatuto da criança e do adolescente e dá outras providências. Disponível em: www.unicef.org/brazil. Acesso em: fevereiro de 2006.

Silva, F. C. L.O trabalho infanto-juvenil na sociedade capitalista. Disponível em:<http://www.educaremrevista.ufpr.br/arquivos_15/lopes_da_silva.pdf>. Acesso em: 24 de dezembro de 2005.

BRASIL. MINISTÉRIO DO TRABALHO.
Trabalho infantil. Disponível em: www.mpt.gov.br/publicacoes/trab_inf.html. Acesso em: março de 2005.

GUIDO, H. A concepção filosófica de infância na modernidade: a contribuição humanista e racionalista. In: KOHAN, W. Ensino de Filosofia: perspectivas. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.

KOHAN, W. Uma educação da filosofia através da infância. In: KOHAN, W. Ensino de Filosofia: perspectivas. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.

ADORNO, T. W. Educação – Para quê? Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995.

Friday, January 12, 2007

Educação Infantil


O que faz uma criança em uma Escola de Educação Infantil?

"Brinca. Certamente brinca. Começa a fazer amigos, passa horas felizes convivendo com crianças e adultos que não são seus familiares."

Não é apenas isso o que acontece.
Até os 6 anos, a criança viverá uma das mais complexas fases do desenvolvimento humano, nos aspectos intelectual, emocional, social e motor, que será tanto mais rica quanto mais qualificadas forem as condições oferecidas pelo ambiente e pelos adultos que a cercam.

Uma escola precisa ser mais do que um lugar agradável, onde se brinca. Deve ser um espaço estimulante, educativo, seguro, afetivo, com professores realmente preparados para acompanhar a criança nesse processo intenso e cotidiano de descobertas e de crescimento. Precisa propiciar a possibilidade de uma base sólida que influenciará todo o desenvolvimento futuro dessa criança.

Toda escola de Educação Infantil precisa ter certeza do que quer desenvolver na criança.

Assim, para formar uma criança saudável e desenvolver sua capacidade de aprender a aprender, sua capacidade de pensar e estabelecer as bases para a formação de uma pessoa ética capaz de conviver num ambiente democrático, propõe-se atividades que desenvolvam um conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores adequado a cada faixa etária.

Leitura e Escrita, Inglês, Artes Plásticas, Música, Filosofia, Conhecimento da Natureza e da Sociedade, Educação do Movimento – em todas as atividades o aluno não é absolutamente aquele estudante passivo da educação tradicional, mas um aluno participante, ativo no processo de construção do conhecimento.